sábado, 29 de junho de 2019

Os mal-amados também sabem vencer

Vítor Pereira,treinador campeão nacional pelo FC Porto em duas ocasiões
Pelo título,muitos leitores interrogam-se o porquê de estar escrito mal-amados...Hoje neste post,vamos falar de um antigo treinador do FC Porto,que em 2 anos se sagrou bicampeão nacional e levantou ainda duas supertaças. Falemos de Vítor Pereira.

Treinador do FC Porto entre 2011 e 2013,herdou o lugar deixado vago por André Villas-Boas que rumara ao Chelsea por um quantia astronómica de 15M€. O ex-adjunto ficou com a missão de levar a equipa ao ceptro e embora o carisma e a opinião dos adeptos portistas não abonarem a favor do Vítor,este contra todas as críticas conseguiu vencer no seu primeiro ano á frente do FC Porto. 

No segundo ano,o campeonato parecia perdido devido aos empates com a Olhanense e Marítimo,mas uma escorregadela benfiquista colocou o FC Porto a 6 pontos do título. Bastava para isso vencer os encarnados no Dragão e o Paços de Ferreira na Mata Real. Foi o que aconteceu. Vítor mais uma vez contra tudo e contra todos venceu o bicampeonato e os dragões celebravam na altura o seu 27ª título de campeão.

O jogo que vamos analisar hoje,é precisamente o jogo do título. Não o de Paços de Ferreira,mas sim o jogo FC Porto vs Benfica. Onde iremos deixar em imagens aquilo que o Porto fez em campo e como ajudou em parte a travar de vez as aspirações benfiquistas.

Antes disso,uma frase de Vítor Pereira em entrevista ao Tribuna Expresso: 

«Como é que eu trabalho? Com blocos de grande intensidade, onde quero ritmo no toque, bola a andar rápido, com linhas de passe constantes, toca e abre linha de passe, apoia e vai, tau, tau, tau.»


A vitória era o único resultado que servia os interesses dos portistas e por isso,logo desde o início,o FC Porto implementou um bloco alto. James vinha atrás buscar jogo para também consigo arrastar para fora de posição alguns adversários abrindo espaços em zonas perigosas.


Quando o FC Porto está em construção,serve-se de vários tipos de posicionamento. Neste caso,o lateral do lado da bola baixa também para fazer construção a 3. Fernando serve como ligador entre defesa e ataque.























Nesta imagem,o FC Porto já muda a construção. Feita agora pelo GR+Centrais + Trinco. 


De novo aquilo que mencionamos em cima. Lateral do lado da bola,a ficar mais recuado


Repete-se o que já foi dito na 1ª imagem. James recua para vir buscar jogo. 


Sendo o FC Porto,uma equipa que gosta de assumir o jogo,e ter bola nos pés,quando a perde tende logo a recuperá-la e esta imagem é bem elucidativa disso. Repare-se que o jogador do Benfica está rodeado por 5 portistas. Este é um dos princípios do modelo de jogo usado por VP. 


Nos momentos defensivos, o FC Porto era elogiado por fazer muito bem a armadilha de offside. Neste caso aqui,vemos bem que a defesa está completamente alinhada,deixando Ola John em posição irregular.  


E aqui,é para mim um momento que quero muito frisar. As mudanças durante o jogo. Começou-se em 4x3x3 e aos 25 minutos o Porto em situação de posse e construção apresenta um 3x3x4 de forma a não deixar inferioridades numéricas quer no meio-campo,quer no ataque. 


1º golo do Porto. Vejamos que o número de defesas do Benfica na área corresponde também ao número de jogadores que o Porto colocava também. 4x4. E daqui nasceu o golo do empate. 

Ficou resumido,o modelo de Vítor Pereira,treinador que é um apaixonado pelo jogo,pelo pormenor,pela estratégia. Uma prova que também deve ser usada no dia-a-dia de acreditarmos no nosso trabalho,seguirmos as nossas convicções e deixar de lado o que se escreve em redes sociais ou o que se comenta nos cafés da esquina. Parabéns Vítor Pereira (campeão pelo FC Porto,Olympiakos e Shangai SIPG). 

FC Porto 2-1 Benfica (Silvestre Varela,Kelvin; Lima)

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